quinta-feira, 9 de novembro de 2017

NÃO SE TRATA DE RACISMO






                                              

PERSONAGENS:

                             SEU MERDA: Homem negro .

                         WILLIAN WAACK: Ancora  de um grande telejornal, durante uma transmissão.



SEU M. - (Dentro do carro, buzinando durante um congestionamento.) BÍ! BÍ! BÍ!

W. W. - Tá buzinando porque, seu merda!

SEU M. - BÍ! BÍ! BÍ!

W. W. - Não vou nem falar porque eu sei quem é.

SEU M. - BÍ! BÍ! BÍ!

W. W. - É preto! Só pode ser coisa de preto (Risos).



                                     NÃO SE TRATA DE RACISMO!

A quebra do meu silêncio programático, se dá, basicamente, por conta dessa hipocrisia midiática, sensacionalista e superficial dessa nossa pseudo-contemporaneidade. Refiro-me ao mais novo episódio envolvendo um notável global, o renomado, soberbo e arrogante Willian Waack.
Em um vídeo vazado  e compartilhado (por ex funcionários da própria emissora) com um grupo de Whatsapp, aparece o pseudo-jornalista fazendo referências de cunho preconceituoso por ser um suposto negro que estaria a buzinar de maneira insistente durante a sua apresentação jornalística.
Não poderia ter um fundo de tela mais propício para ser feito tal comentário... A Casa Branca.


Sinceramente, não comove-me essa repercussão viral que se faz por conta do fatídico episódio de ato preconceituoso. O que me espanta, estarrece, é que a discussão central sobre a problemática da INFERIORIZAÇÃO DO OUTRO ATRAVÉS DA IDEIA DE RAÇA (isso por conta da quantidade e intensidade de melanina que cada indivíduo possui) é abordada. O que está em jogo em meio a essa questão não é, ao meu ver, o ponto central do processo histórico de formação do país, tendo sido erguido e até hoje sustentado pelos braços dos filhos e netos dos enormes e assombrosos Navios Negreiros. O espetáculo montado encima do "vazamento," na verdade, é para discutir quais as consequências que irá sofrer o inabalável ainda apresentador do programa 'cult' Painel.

Os comentários feitos por esse sujeito engravatado na frente das câmeras e dos holofotes não reflete o pensamento de um único indivíduo, mas sim, a equivocada ideia incutida de forma doutrinária de que o outro é inferior por conta da sua negritude. NÃO TRATA-SE DE RACISMO! Trata-se de preconceito enraizado e desferido demasiadamente a um grupo de seres historicamente tidos como de menor estatura dentro da pirâmide do social...
O grupo que representa as engrenagens de sustentação do motor da usura, da soberba, da luxuria e do capital. A discussão, ao meu entender, não deveria ganhar contornos de personificação (não importa a personalidade que profere tal insulto), o debate deveria ser feito no cerne, no âmago, no núcleo, no centro, no ponto fulcral da sensível questão, que é e por muito continuará sendo, a invenção maquiavélica de perpetuar uma ideia de segregação de uma parcela da humanidade em detrimento dos seus megalomaníacos caprichos; os denominados sub grupos, sub classes, os pobres, os miseráveis, em especial "os negros."

O apresentador Willian Waack, é mais um, assim como eu, você e qualquer outro que é desde o berço catequizado para distinguir, de pronto, quem dá ordens e quem de imediato tem que cumprir. As falas lamentáveis do Willian, são os reflexos das ilustrações dos livros de história que compõe o arcabouço das bibliotecas e salas de aula das escolas públicas da nossa colônia, sempre repaginada.  Essas falas lamentáveis, infelizmente, é um pequeno recorte da gigantesca fotografia da nossa distorção social. O "É COISA DE PRETO" nos leva para um lugar de profunda reflexão de como enxergamos o outro e  quais aspectos vamos escolher para diminuí-lo.  Por mais que eu tenha algumas rusgas com o tal apresentador, não pela pessoa (que não conheço) mas, pela forma prepotente e forçada que conduz o seu programa semanal na manipuladora Globo News.

Se formos problematizar a fundo a fala do tal jornalista, com certeza iriamos chegar no DNA do RH das Organizações que contratou o mesmo. Willian Waack, nada mais é, que um produto do aglomerado de comunicações que monopoliza e manipula a rotina já não tão sadia da massa social. Não vou adentrar nos problemas internos dos grandes veículos de comunicação, mas, gostaria de chamar a atenção para aqueles que se iludem, acreditando que a emissora está tomando essas medidas contra o seu estimado funcionário de carreira por ser a Princesa Isabel das tele comunicações, muito pelo contrário: basta só observarmos dentro do seu quadro de funcionários quem são os atores principais (celebridades) e quem são seus coadjuvantes  (figurantes contratados e bem remunerados).

Tempos estranhos!

"É até compreensível " esse alvoroço em torno dessa temática complexa que é a historicidade segregacionista dos povos de pele escura sendo reverberada pela boca de uma figura conhecida do mundo jornalístico... já que estamos presenciando interdições em museus, apreensão de obras de arte, cancelamento de apresentações artísticas, juiz cancelando shows, eventos artísticos. Os analfabetos políticos que se dizem informados do que está acontecendo no país, reduzem os discursos entre quem é de direita ou de esquerda, coxinhas e mortadelas, lulopetismo ou a organização criminosa  que atravessa a ponte para assegurar o seu próprio futuro. Em tempos de extremismos plurais e generalizados, o real teor do debate se perde, é deixado de lado para dar lugar a um discurso raso, frágil e cheio de paixões. Na esfera do conhecimento e da sabedoria as divergências de ideias não podem, jamais, servirem para dividir, separar. As discordâncias são necessárias para uma constante depuração do debate do animal humano em meio ao convívio social como um todo.

NÃO SE TRATA DE RACISMO! É inadmissível, que no auge dos "avanços" do século XXI, possamos, se quer, aceitar e corroborar com a ideia de raça. Quando se fala a palavra RACISMO, logo, entende-se que há um conflito entre raças. Sendo assim, cria-se automaticamente uma ideologia equivocada de que um determinado grupo pode classificar o outro segundo as suas próprias convicções e interesses (o que de fato aconteceu)... Com tudo, acredito que a repetição demasiada da "IDEIA DE RAÇA", só faz contribuir para legitimar a perpetuação desse grande equívoco histórico.
Prefiro renomear o racismo para: A GRANDE IDEIA DA CULTURA DOMINANTE, À ÉPOCA.

Obs: De acordo com a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial das Organização das Nações Unidas (ONU), não há distinção entre os termos "discriminação racial" e "discriminação étnica", sendo que a superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, além de não haver justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em qualquer lugar do mundo.

Se querem discutir o racismo, primeiro falem do concreto quadro social dos lugares em que você habita. Se querem discutir o racismo, falem de como é adquirido e distribuído o sagrado capital e quem o acumula. Se querem discutir o racismo, olhem a sua volta, por onde quer que você andar e se pergunte porque? Se querem discutir o racismo, falem das programações dominantes das telenovelas, dos tele programas e dos telejornais. Se querem mesmo discutir o racismo, observem quem são a maioria dos vendedores ambulantes (informais), quem são os motoristas dos coletivos, quem são os faxineiros públicos, quem são os flanelinhas, os pedintes, os operadores dos caixas de supermercados, os repositores de seção, os garçons, os padeiros, os pedreiros, os frentistas, os ascensoristas dos elevadores nos edifícios, quem são os médicos doutores e quem são as guerreiras enfermeiras, os lavadores de carro, os taxistas, os que lotam os presídios, os que desabitam as escolas, os que sobrecarregam as emergências, os que habitam as comunidades (os quilombos da contemporaneidade), os que não moram na zona sul, os que ganham um salário (mínimo), as empregadas domesticas (secretarias do lar), os carregadores de caminhão, os de baixa escolaridade,, os que não ocupam o congresso, os não formadores de opinião, os quase nunca representados,os "marginais."

Na real, o quanto de Willian Waack temos dentro de nós, nas nossas mais inconscientes ações? Não se pode tratar essa problemática como forma de culpar o outro pela histórica falta de conhecimento da sua ancestralidade. NÃO SE TRATA DE RACISMO! Trata-se muito mais de uma acentuada falta de sensibilidade  no que concerne o reconhecimento de que vivemos em uma colônia de apenas um pouco mais de 500 anos, cujo o seu processo de construção foi pautado pela exploração dos minerais e dos braços robustos e torneados dos "pretos primitivos do vizinho continente". Sem falar que o brasil foi um dos últimos (se não o último) países a "extirpar" (de maneira formal e simbólica) o lucrativo negócio que era vender mucambos em praça pública como se fosse uma dúzia de bananas. Obvio que sabemos que esse é um processo árduo, paulatino, homeopático, gradativo, porém, tem que ser radicalmente constante, diário, permanente, programático (como o meu silêncio).

Provavelmente eu devo ter me estendido no processo de elaboração das ideias. Peço desculpas, mas, o tema abordado é de uma singeleza singular e, por isso, merece uma atenção especial. O negro será sempre uma questão a ser discutida dentro do espectro histórico e cultural. Abrindo um profundo debate sobre as consequências da arrogância, soberba, prepotência e falta de conhecimento da forma como vivem outros grupos distantes... Que por sua vez, são idênticos à nós em todo o aspecto biológico e completamente diferentes na forma comportamental. A RAÇA É A MESMA, O QUE MUDA (e que bom que muda) É A MANEIRA QUE NOS COMPORTAMOS. NÃO SE TRATA DE RACISMO! TRATA-SE DE IGNORÂNCIA, MESMO!

Geferson P.


Links relacionados:
http://veja.abril.com.br/entretenimento/racismo-e-crime-e-pode-dar-pena-de-ate-quatro-anos-de-prisao/

http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/comite-brasileiro-de-direitos-humanos-e-politica-externa/ConvIntElimTodForDiscRac.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_internacional_sobre_a_elimina%C3%A7%C3%A3o_de_todas_as_formas_de_discrimina%C3%A7%C3%A3o_racial




































quarta-feira, 13 de setembro de 2017

IRMA! E OS IRMÃOS?

Desastre Natural em Freetown (Serra Leoa).

Desastre Natural na Flórida (Estados Unidos).



IRMA! E OS IRMÃOS?

Observando as fotografias expostas acima, percebe-se o porque que se dá mais ênfase ao Furacão Irma, sendo que, as chuvas torrenciais que devastaram diversas COMUNIDADES do país  africano de Serra Leoa, passaram quase que despercebidas. O número de mortos já passam de 400 (quatrocentos) e não param de crescer... a estimativa é de que existam mais de 600 (seiscentos) desaparecidos em meio ao lodo do deslisamento.
Não quero aqui adentrar em questões mais profundas, chegando até serem antropológicas, sobre o descaso para com a morte e o desabrigo de milhares, e o escândalo, o espanto, a espetacularização com a morte e o desabrigo de alguns. Lembrando que, não são as vidas que estão em questão aqui nessa publicação, mais sim, um chamamento para uma auto reflexão sobre o peso de uma vida em detrimento do descaso com a outra.

Geferson P.

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/12/internacional/1505233864_038111.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/12/internacional/1505233864_038111.html


sexta-feira, 26 de maio de 2017


                                 $ INCONSTITUINTE $


Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

- A radicalidade do meu silêncio rompe-se bruscamente diante dos últimos "surubáticos acontecimentos envolvendo o político, o social e o econômico. Gostaria de partir de um princípio (para mim) básico, que seria convidar essa galera tanto da situação como da oposição, para que antes de qualquer discurso ideológico, apaixonado e partidário reflitam, nem que seja um pouco, superficialmente, sobre a história do país e suas seculares peculiaridades. Lamentavelmente, diante da correria do dia à dia não nos damos conta da matrix que conduz integralmente seus passos, seus contratos, seus acessos, seus contatos. Sendo assim, mais uma engrenagem dentre tantas outras que compõem o gigantesco maquinário sistemático que, de uma forma ou de outa, nos conduz.

Eu, acompanhando as grandes manchetes dos midiáticos e pirotécnicos noticiários, ouço os pseudos-especialistas, pseudos-economistas, pseudos-cientistas políticos, os pseudos- jornalistas, frutos de uma monopolizada rede de comunicação. Mesmo com todos os termos técnicos, oratórias sofisticadas, termos vernaculares, enfim... em meio a todos os obséquios e  data vênias que são massivamente usados para ludibriar uma grande massa de “ignorantes,” analfabetos funcionais. E ninguém, se quer, se pergunta: Mais e aí... o que vamos fazer dessa Colônia recente, prematura? Qual seria o projeto de construção de um Ambiente Sustentável, menos desigual, mais distributivo e mais humano? Como seria o pensamento progressivo para uma conexão do indivíduo para com ele mesmo e para com  o meio ao qual está inserido?
Diante de tamanha incongruência popular surgem diversos questionamentos no sentido de que: o que fazer nos 80 anos de média de vida que “achamos” que temos (e temos). “Achamos,” porque ao fim e ao cabo, não detemos ou melhor... detemos o poder individual da vida mas... não somos capazes de assumir o controle do programado ser que nos tornamos. Mesmo envolto aos nossos achismos, casuísmos, altruísmos e outros diversos ísmos que queiram adicionar... ainda assim, não serão capazes de dar conta de um ambiente  colonizado, capitaneado, explorado, escravizado, catequizado, miscigenado, oligopolizado, patriarcado, mal educado, mal saneado, inseguro, polarizado e essencialmente corrupto. É preciso um diálogo aberto, amplo e que tenha como base fundamental as estruturas e os processos que contribuíram para formar esse lugar aparentemente confuso que tornou-se o nosso habitat da pseudo-contenporaneidade.  

Se tivéssemos o pequeno cuidado de verificar os caminhos que nos conduziram até aqui, iríamos perceber que, o que vemos hoje e chamamos de novos acontecimentos, na verdade, não passam de práticas seculares, hierarquizadas e extremamente estruturadas, de um sistema que foi criado para o total favorecimento de quem os controlam. Essas práticas, juntamente com a ideia de superioridade, povoam os continentes e implantam o seu monocrático e autoritário modo de ver o mundo aos que não colocam a “suposta civilidade” acima da natural humanização dos indivíduos. Os processos históricos são fundamentais para pautar qualquer debate sobre a condição do homem no seu complexo e fugaz ciclo evolutivo... Até porque, não se pode interpretar as leis que nos rege sem ao menos conhecer o que levou a criação das mesmas e quem as criou... os legisladores não podem ser considerados Moiséis.

Lamentavelmente, enquanto não nos reconhecermos “animais evoluídos,” iremos sempre incorrer no erro de elaborar leis para indivíduos que não existem, a não ser, na ideia arrogante e fantasiosa elaborada por essa raça “superior, civilizada, letrada, branca e cristã.” Desde já, reconheço o tamanho da dificuldade de nos darmos conta desse mundo real, pois, os objetos coloridos e cheios de efeitos especiais, sem falar nos pixels luminosos, na exacerbada quantidade de tempo gasto para a aquisição do capital, não nos deixam se quer, um misero segundo para auto-reflexão, para cuidarmos de nós para nós mesmos. Tenho consciência de que será preciso um longo processo de maturação das ações humanas, e que só depois de passar por catastróficos acontecimentos e de criarmos os meios para nossa própria extinção, talvez... quem sabe... possamos vislumbrar ao longe, um projeto de animais humanos assumidos e conscientes da sua complexa e vulnerável condição.


Geferson P.

sábado, 25 de março de 2017


             

                  <<DESIGUALDADES DE UM CÁRCERE>>

Só tem uma coisa em que eu concordo com com a decisão da ministra Maria Thereza de Assis Moura do STJ (Superior Tribunal de Justiça): 

"E é o fato da magistrada aceitar os argumentos da necessidade da ex-primeira-dama retornar à própria casa para cuidar dos filhos de 11 e 14 anos."

A QUESTÃO COLOCADA É: PORQUE SÓ ADRIANA ANCELMO?

A mesma autorizou na noite desta sexta-feira (24) conceder prisão domiciliar para Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Presa desde dezembro do ano passado em Bangu 8, a ex-primeira-dama do Estado é ré por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

E olha que nem vou adentrar no âmbito político que envolve esse decisão.

Só queria fazer um registro de como é perverso e desumano o sistema ao qual estamos submetidos. Não espanto-me! Mas, como um cidadão (mesmo cético) acho-me no dever de ao menos informar o que já se é sabido e notado na labuta do dia à dia.
LAMENTÁVEL!

Vou deixar logo abaixo alguns links que se correlacionam ao assunto acima abordado.

MANIFESTEM-SE!

Mães do Cárcere - Parte 1
Mães do Cárcere - Parte 2


Conexão Repórter - Íntegra do programa Mães do Cárcere
ITTC - Instituto Terra Trabalho e Cidadania
Projeto da Defensoria Pública de São Paulo
Matéria completa da decisão da ministra do STJ.









quarta-feira, 22 de março de 2017

SANTA IGNORÂNCIA


Desde a infância nutri-me das letras, e, por haver persuadido de que por meio delas se podia adquirir um conhecimento claro e seguro de tudo o que é útil à vida, sentia um imenso desejo de aprendê-las.

Mas, logo que terminei todos esses anos de estudos (ao cabo dos quais se costuma ser recebido na classe dos doutos), mudei inteiramente de opinião.

Achava-me com tantas dúvidas e indecisões, que me parecia não ter obtido outro proveito, ao procurar instruir-me, senão o de ter revelado cada vez mais a minha ignorância.

Fiquei convencido de que somente é possível conhecer com a devida profundidade um arco muito limitado de saberes 

(Descartes; 1978, p. 213).

TERCEIRIZAÇÃO


Câmara pode votar projeto que libera terceirização para atividade-fim

A Câmara dos Deputados pode votar hoje (21) o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998 que libera a terceirização das contratações para todas as atividades de uma empresa. O texto é o único item da pauta dessa terça-feira. Como já foi votada no Senado, caso a proposta seja aprovada pela Câmara, será encaminhada para sanção presidencial.
A terceirização permite que uma empresa transfira parte de suas atividades para outra empresa intermediária. Pelo projeto, as empresas poderão terceirizar também a chamada atividade-fim, aquela para a qual determinada empresa foi criada. A medida prevê que a contratação terceirizada seja feita sem restrições, inclusive na administração pública.
Atualmente a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) veda a terceirização da atividade-fim e prevê que a adoção da prática em serviços que se enquadrarem como atividade-meio, ou seja, aqueles trabalhos que não estão diretamente ligados ao objetivo principal da empresa.
O projeto que será apreciado pelo plenário da Câmara também modifica o tempo permitido para a contratação em regime temporário dos atuais três meses para 180 dias, “consecutivos ou não, autorizada a prorrogação por até 90 dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram”, diz o projeto.
Decorrido esse prazo, o trabalhador só poderá ser contratado novamente pela mesma empresa após 90 dias do término do contrato anterior. O texto estabelece ainda a chamada responsabilidade subsidiária da empresa contratante em relação aos funcionários terceirizados.
A medida faz com que a empresa contratante seja “subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário e em relação ao recolhimento das contribuições previdenciárias”, diz o texto.
Polêmica
O relator do projeto, Laercio Oliveira (SD-SE), defendeu a terceirização para as atividades-fim com o argumento de que as empresas poderão contratar de “forma correta”. “Eventual diferenciação entre atividade-fim e atividade-meio mostra-se um empecilho, pois as empresas da atualidade trabalham em redes de produção e, por isso, precisam contratar de tudo”, disse.
Para o deputado, o texto vai incentivar contratações ao modernizar as regras trabalhistas e criar uma lei específica sobre terceirizações. "Essa proposta não é a solução definitiva para o desemprego, mas é um facilitador porque traz segurança jurídica. Hoje quase sempre as consequências de contratos malfeitos recaem sobre o trabalhador terceirizado", disse.
Originalmente, o projeto foi encaminhado à Câmara em 1998 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aprovado no Senado em 2002. Deputados contrários ao projeto criticaram votação da proposta 15 anos depois. “Há aspectos lá que não foram negociados por nós, parlamentares, e que representam um duro golpe em direitos conquistados pelos trabalhadores”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Para ela, a medida retira direitos dos trabalhadores e beneficia o empregador, podendo levar à redução dos salários e à precarização dos postos de trabalho. “É jogar o setor de serviços numa responsabilidade com o direito do trabalhador e da trabalhadora. Em seguida, eles vêm com a reforma da Previdência em que a pessoa, para se aposentar com benefício integral, terá que apresentar 49 anos de contribuição. Mas eu me pergunto, como fazer isso se estão jogando todo mundo na terceirização?”, disse.
Contrária à terceirização, Maria do Rosário disse que o mais coerente seria debater proposta semelhante que está em tramitação no Senado. “O curso natural de um debate como esse [da terceirização] foi o acordo trabalhado para debater lá no Senado, onde o texto foi, pelo menos, conversado com movimentos e centrais sindicais. Agora querem ressuscitar esse verdadeiro fantasma que todos esses anos não foi votado e está sendo passado a força para todos nós votarmos”, disse.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

'UMA HUMANIDADE QUE SE PREZE?'

‘UMA HUMANIDADE QUE SE PREZE’

Uma humanidade que se preze?
Pode até chamar pelo santo
que não pague com seu pranto
o destino que não merece.

Uma humanidade que se preze?
Venera os deuses
invocando-os enumeras vezes
até que a fé se manifeste.

Uma humanidade que se preze?
Deve ser composta de diversas gente
que mesmo sendo diferente
não há um que ela renegue.

Uma humanidade que se preze?
Deve ser democrática e rígida
mesmo no âmbito da política
o respeito é o que  rege.

Uma humanidade que se preze?
Volta- se para o social
distribui a renda deforma igual
porque pobreza não lhe engrandece.

Uma humanidade que se preze?
Deve ser pragmática e diluída
pode até pagar com a vida
mas não aceita o que acontece.