sexta-feira, 3 de abril de 2015

"A VERDADEIRA FICÇÃO... A PROPAGANDA DA CONSUMAÇÃO".



O que é real? A ficção transcendeu a realidade. O que vemos, ouvimos, lemos, já não nos transmite as coisas como de fato aconteceu. Os jornais já não reportam a verdadeira reportagem, nem os meios diversos de comunicação não nos representam como indivíduos reais. Porque deveria? Estamos infestados de heróis sem coragem, de ídolos sem personalidade e de propagandas sem credibilidade. É o mercado? Dividimos o nosso precioso tempo com entretenimentos banais, que nos querem vender muito mais, com ofertas sensacionais e linguagens cada vez mais especiais. O capitalismo?

A nossa realidade passou a ser aquela que nos apresentam enfeitadamente. As ideologias se criam segundo pressupostos desconexos, no entanto, acreditamos que são os únicos que existem. Nos vendem carros modelos 2016 no começo de 2015, apresentam-nos celulares chamados de última geração, contendo os mesmos mecanismos dos que já possuímos (modelos mais novos), medicamentos que curam qualquer doença, eletros domésticos com programação obsoleta, nos oferecendo vendas à prazos surreais. O consumismo?

Quando iremos perceber que os produtos já não duram mais, que o que consome e como consome é o consumo que faz. Nos mostrando a todo instante que o modo que vivemos e os produtos que temos já são ultrapassados e inferior... apresentando-nos um mundo de maravilhas modernas e a felicidade como fruto de bens materiais. O público de masa virou massa de manobra, nos rotulam discretamente de alienados e idiotas e fazem com que nos sintamos incapazes... porque ainda não compramos aqueles produtos, porque não acompanhamos o "evoluído mundo", porque não nos tornamos bonecos iguais. A mídia?

As ideias já não batem mais com a realidade  vivida por nós, não podemos ser tão robotizados pelas informações e apresentações de aparelhos tão fugas. Nos transformam, nos enganam, fazem de nós bestas animais. Escrevo para não morrer de realidade, dessa realidade que me desfaz. Escrevo mesmo que não seja um escritor... mesmo que as palavras não se arrumem, jamais. Escrevo para não explodir, escrevo para não dar vazão a esse meu ser incapaz. Não posso entregar-me tão fácil assim a esses falsos ideais, nem acomodar-me diante desse mundo artificial, onde a ficção se tornou a realidade e a realidade passou a ser a dos meios de comunicação, banais.

Geferson P.

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