quarta-feira, 8 de abril de 2015

MAR PROFUNDO.


Numa noite escura e em completa solidão, arrepia-me o corpo, sigo sentindo freneticamente a pulsação. Me perco num mar de sonhos solitários, mergulhando no abismo infinito que sufoca o ar dos meus pulmões.
Uma vastidão de criaturas reluzentes encontro em meio ao negro profundo.
Num caminho sem volta, perdido no afogante labirinto espero o meu último suspiro, desse corpo, que submerge em meio as negras devastações.

Sinto o frio percorrer por toda minh'alma, experimento estranhas sensações ao qual jamais ousaria imaginar sentir... Uma forte correnteza, carregando consigo as lagrimas da minha tristeza, não permite-me voltar.
Cada vez mais fundo, ao norte, único trajeto, sem perspectiva de encontrar uma saída, sei que nesse mar profundo jamais me encontrarão...Não relutarei para voltar, não tentarei mudar o destino, mesmo sabendo que posso  arrepender-me amargamente...
Não implorarei para que encontrem-me, não tenho força contra esse implacável mar.

Prometo que um dia ressurgirei, da cabeça aos pés encharcado, porém, jamais me sacarei...
Não permitirei que escorram as gotas d'água do meu corpo, não poderia deixar de transpirar...
No pacífico oceano, indico velejar. No atlântico azul, o ártico lá está.
O meu corpo vagueia, tendo como guia o cruzeiro do sul.
Ofuscado ás vezes pelas luzes dos faróis nos portos mil.
Pescadores ao longe jogam suas redes de arrasto, a espera de um cardume ao puxar.
Se espantam com o tamanho dos navios, que como um titanic faz meu corpo afundar.

Geferson P.  

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